13.7.01

Hoje, na hora do almoço, me escondi numa livraria perto da faculdade, para praticar um de meus esportes preferidos: ler livros dos outros. No cardápio do dia rolou mangá e escritores argentinos cegos.

Primeiro, li Preto e Branco, de Taiyo Matsumoto. Trata-se de um mangá sobre dois garotos de rua numa cidade japonesa. Além de serem dois lutadores fantásticos, Preto (o mais velho, mais violento e cruel) e Branco (o oposto) voam. A arte é bem legal, fugindo um pouco do que se espera dos quadinhos japoneses: suja, sem aqueles fundos cheios de linhas e coisas do tipo. O cara tem claras influências européias no traço. Muito, muito bom. Mais um ponto da Conrad.

Depois li um conto de Borges, A Biblioteca de Babel. Mantenho minha opinião:
Mesmo que a idéia tenha sido do argentino, as "cópias" são bem melhor desenvolvidas.

Acho que meu problema com Borges é justamente esse: seus fãs-escritores escrevem muito melhor que ele próprio suas idéias. E como eles estão em tudo quanto é canto, é difícil se deparar com alguma que ainda não tenha sido reciclada. Apesar da minha insistência, prefiro Umberto Eco, Grant Morrison e Paul Auster a Borges.
(RSF)